China e os Diretos Humanos

domingo, 23 de maio de 2010 às 10:58
      Irei através desse texto, expor minha humilde opinião em relação aos direitos humanos na China.
     A China hoje possui um grande destaque no cenário mundial, pelo fato do grande crescimento de sua economia que se destacou depois das reformas de abertura realizada no governo Deng Xiaoping, líder do partido comunista chinês (22/8/1904-19/2/1997) que aos 16 anos foi estudar na França, onde aderiu ao Partido Comunista Chinês (PCCh), e após alguns vai para União Soviética (URSS) é permanece lá durante 1 ano. Volta para china onde organiza força em favor de Mao Tsé-tung é participa entre 1934 e 1935, da “Longa Marcha”, em que 90 mil comunista se desloca 10 mil Km para o norte do país em protesto contra o governo de Chiang Kai-shek.
    Em minha opinião, antes da analise da relação entre direitos humanos é população chinesa, devemos retroceder nossas mentes para a grande injustiça que esse país sofreu durante o imperialismo no século passado, onde parte as nações imperialistas do mundo “escravizaram” a China. Após a fundação da República Popular da China pelo PCCh no ano de 1949, os chineses passam a ter acesso aos direitos humanos é vale ressaltar que antes desse fato, os chineses viviam de maneira hostil dentro de seu próprio país, seja pelos senhores de guerra, ou pelos colonialistas europeus. Com a ascensão da revolução comunista, passa a vigora na china pela primeira vez os direitos humanos em larga escala populacional, é finalmente os chineses se encontram livre da opressão estrangeira feudal.
    O “Grande Salto a Frente” e a  “Grande Revolução Cultural Proletária” se mostraram ineficazes no objetivo de impulsionar o desenvolvimento das forças produtivas apenas se sustentando no entusiasmo das massas. Naquela época, isso significava nada mais nada menos que milhares de pessoas abaixo da linha da pobreza. Apesar dos excessos da Revolução Cultural, a existência de uma verdadeira casta de “capitalistas revisionistas” se mostrou evidente nos bastidores dos protestos estudantis da Praça Tien Nan Men. Podemos pegar como exemplo o dirigente Zhao Ziyang, que era claramente um “revisionista” no seio do partido. Muitos conselhos do presidente Mao Tsé-tung se mostraram verdadeiros.
Em 1989 ocorre na China na praça de Tian Nan Men, um tentativa de derrubar o Partido Comunista do poder, é para alegria de todos e bem da nação, essa foi apenas umas das tentativas sem êxito de derrubar PC. Nesse episódio milhares de estudantes chineses se reuniram na praça da paz celestial e clamavam por “aberturas democráticas” a moda ocidental, com direito a desfiles de estudantes com a Estátua da Liberdade. O governo chinês já esperava que reações como as do episódio da Praça pudessem ocorrer, tendo em vista o que estava acontecendo em todo o leste-europeu. Tudo isso se agravava ainda mais devido a pressão dos setores direitistas do PCCh. O governo chinês até então, se encontrava em uma situação muito difícil de contornar, mas em um primeiro momento tentou o dialogo com os estudantes (fato ocultado por muitos analistas ocidentais) e foi obrigado recorrer à força, pois o movimento poderia gerar ou dar motivos para um futuro golpe de Estado, que significaria o FIM da experiência socialista chinesa.
Estou escrevendo sobre o episódio, pois o mesmo é muitas vezes usado como argumento de que a China viola os direitos humanos. Os ideólogos liberais apenas escondem o fato de que repressão existe em todos os países do mundo, principalmente quando o objetivo é preservar a ordem estabelecida. O que muitos se esquecem de falar é da participação massiva da CIA no episódio. Para os interessados eu aconselho a leitura dos documentos divulgados pela própria central de inteligência.

     Atualmente, no século XXI, ainda nos deparamos com acusações ao governo chinês, feitas principalmente pelos Estados Unidos e amplamente divulgados pela impressa ocidental. Já se tornou opinião comum: “a China não respeita os direitos humanos”. Porém, a crítica dos EUA ao governo chinês é totalmente hipócrita, afinal, são eles que violam os direitos humanos no Iraque, Afeganistão e Guantánamo, só para citar alguns exemplos. A ONG Repórteres Sem Fronteiras é uma das organizações que mais ataca o governo chinês, mas estranhamente oculta informações a respeito dos vários jornalistas presos na Colômbia.

     A China é fortemente acusada de ser praticante de um regime totalitário que viola os direitos mais básicos do cidadão. Esquecem, por exemplo, que na China existe uma constituição e que práticas como tortura e outras formas de violência física por parte do Estado são totalmente repudiadas pelo governo comunista, muito diferente do que ocorreu em ditaduras fascistas na América Latina, como no Brasil e Chile onde agentes da CIA eram enviados para os respectivos países com o objetivo de treinar e ensinar as práticas de tortura aos militares. Realmente, um jeito muito democrático de tentar resolver os problemas.

     Recentemente a Fiscalização Popular Suprema (FSP) ditou novas regras contra o abuso de autoridade no país, e diferente do ocidente, os chineses não negam que abusos existem, porém é preciso deixar claro, isso não faz parte da política oficial do governo. Por isso, os americanos caem numa contradição gigantesca em acusar os chineses de “violadores dos direitos humanos” sendo que eles praticam atos mil vezes pior.

Vivemos em um país onde militantes camponeses, que lutam pela posse da terra são mortos quase todos os dias, e são poucos aqueles que possuem coragem para defender os direitos humanos desses cidadãos. Portanto, a grande diferença é que a China não fica se metendo em assuntos internos dos países, ao contrário das nações ocidentais, que muitas vezes varrem a poeira para debaixo do tapete. Para esclarecer de vez, o que devemos entender é a posição sustentada pelo Partido Comunista da China a respeito dos direitos humanos e reconhecer os esforços do Partido em construir um Estado que possa realmente receber o nome de democrático. Obviamente, uma democracia de novo tipo, totalmente diferente da “democracia” ocidental.

Segue o trecho onde eles explicam suas opiniões:

"Claro que não, dizer que os direitos humanos na China são perfeitos. Em um país em desenvolvimento com uma população tão grande e limitado pelas condições naturais, património histórico e nível de desenvolvimento económico e social entre outros fatores, a nossa situação dos direitos humanos ainda tem muito espaço para melhorias. Só que é por isso que temos maior intensidade do que nunca para as medidas tomadas no que diz respeito à democracia e à legalidade. Até agora, a China assinou 21 convenções internacionais sobre direitos humanos e tem consciência cumprido as suas obrigações. "*

Nosso objetivo não é fechar os olhos pra realidade achando que a China é o paraíso terreno, muito pelo contrário. Pessoalmente acredito que os chineses ainda têm muito que caminhar, porém não posso negar o fato de que muitos avanços foram conquistados em todos os aspectos da vida social do povo chinês. Até mesmo Wang Janshi, um dos principais nomes da chamada “Nova Esquerda” - oposição ao governo chinês reconhece que o país obteve muitos avanços na questão da democracia. Não resta dúvida, a grande “encrenca” do ocidente capitalista (Estados Unidos e seus lacaios) com a China é o fato do mesmo ser comandado por um Partido Comunista. Para aqueles que desejam conhecer um pouco mais da realidade chinesa e estudar o socialismo daquele país, recomendo os textos do geógrafo Elias Jabbour, que podem ser lidos no Portal Vermelho.

                                                                                                            Angelo Souza

* Essa declaração e outras respostas podem ser encontradas no website chinês China.org, na seção “CHINA A FONDO – PERGUNTAS Y RESPUESTAS’’: http://spanish.china.org.cn/china/archive/china2006/txt/2007-01/23/content_7701809.htm.

0 comentários

Postar um comentário

Difusão Social | Powered by Blogger | Entries (RSS) | Comments (RSS) | Designed by MB Web Design | XML Coded By Cahayabiru.com Distribuído por Templates